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4 DE DEZEMBRO DE 2008 - 15h41
Lula: últimos governos não combateram causas da violência
Ao lançar nesta quinta-feira (4) o programa de segurança Território de Paz, no Complexo do Alemão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Estado tem culpa de o jovem pobre virar bandido. Para Lula, o Brasil se descuidou dos mais pobres ao deixar de lado o crescimento, a geração de emprego e a distribuição de renda nas políticas adotadas nas últimas décadas.
Presidente Lula durante lançamento do programa ''Território de Paz'', no Rio
''Quando a gente vê um jovem de 25 anos sendo preso, esse jovem é vítima das políticas econômicas, das políticas sociais, das políticas educacionais...dos governantes dos últimos 30 anos, que não prestaram assistência à sociedade carente. O Estado tem culpa desse jovem ter virado bandido, uma 'persona non grata' na sociedade'', disse Lula em discurso aos moradores do conjunto de favelas, considerado um dos locais mais violentos da cidade.
Lula disse que com programas sociais e de segurança está tentando resolver um ''estoque'' de problemas que herdou dos governos anteriores: ''É importante ter o entendimento político de porque o Brasil empobreceu tanto... Dá a impressão que Deus não gosta dos pobres. Por que temos que morar cada vez em lugares mais pobres? Por que o pobre tem que ir para a encosta dos morros? Para a beira dos córregos? Isso não é obra de Deus, isso é o descaso que os governantes dos últimos 30 anos tiveram com os pobres deste País'', completou.
Em uma comunidade dominada pelo tráfico de drogas e constantemente assolada por conflitos com a polícia, Lula afirmou que a violência não é só problema de polícia, e que compete ao Estado oferecer educação, emprego, cultura e lazer.
Segundo o presidente, antigamente as comunidades carentes só ganhavam destaque em veículos de mídia policiais com histórias de violência, mas, que a partir de agora, esse quadro vai começar a mudar. ''A gente tinha a impressão que só tinha laranja podre nesse laranjal, quando muitas vezes tem apenas uma laranja podre que nós temos que tirar sem machucar as outras'', afirmou.
Lula garantiu que a polícia vai passar a atuar no Complexo do Alemão de forma ''mais amiga, e não aquela que acha que todo mundo é inimigo''. ''Nem vocês (moradores) podem ver a polícia como inimiga, nem a polícia pode ver vocês como bandidos.''
Lula ressaltou ainda que a realização do programa Territórios de Paz no Rio de Janeiro só foi possível graças às parcerias do governo federal com o Estado do Rio de Janeiro. ''Só foi possível estarmos aqui hoje anunciando estes projetos graças à parceria com o governador Sérgio Cabral (PMDB), porque durante muito tempo não conseguíamos fazer projetos com o governo do Rio'', diz.
Antes do discurso de Lula, a presença do prefeito eleito Eduardo Paes (PMDB) foi lembrada por Sérgio Cabral. ''Neste ano, Lula veio pelo menos umas 15 vezes ao Rio e é a primeira vez que o prefeito está ao lado do presidente em um evento. O atual prefeito (referindo-se a Cesar Maia, do Democratas) nunca compareceu'', afirmou.
Programas
O Território de Paz faz parte do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça, e já foi lançado em Recife esta semana pelo presidente Lula. Entre os projetos, está o estabelecimento de polícia comunitária, com a instalação de 20 postos policiais no Complexo do Alemão, que passará a ter efetivo fixo de 600 homens.
Outra iniciativa é o Mulheres da Paz, que vai capacitar 2,5 mil moradoras do Rio para prevenir conflitos locais e tirar jovens do crime. Elas vão receber uma bolsa de R$ 190 por mês. Também vão ganhar auxílio mensal cerca de 4,7 mil jovens, que serão incluídos no projeto Proteção de Jovens em Território Vulnerável (Protejo). Eles vão ser treinados para identificar outros adolescentes moradores de rua ou expostos à violência e encaminhá-los a programas sociais do governo federal. Pelo trabalho, vão receber R$ 100 por mês.
Da redação,
com agências
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