RECÔNDITA ALEGRIA
Alegria recôndita, que guardo eu abstrata
No fundo do abismo, onde em promíscuo convívio
Amalgama a glórias vergonha sem alívio,
Que nesta soma de meu ser tudo refrata,
Seja tão intensa e vívida quanto oculta,
Torne-se concreta emoção compartilhada,
Depois de explícita, redimindo o nada
Em cada palpitar de salvação que exulta.
Gáudio claudicante que sobretudo incita,
Vem anular-me o peso do opróbrio aoristo,
Superando esta execração em que subsisto.
Letícia humana que este poeta recita,
Já libertou de toda incúria tal vilania,
Exposta ao mundo na forma desta poesia.
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