<p>Mulheres geniais pelo excesso da seda, mães<br>do ouro<br>vagaroso.<br>Sopram a lua pela boca dos púcaros.<br>A força de labareda, as porcelanas <br>apuram-se, altas,<br>nos dedos. E elas medem girassóis pupila a pupila, <br>paisagens,<br>rasgões da água. Entre os braços arrebatam-se <br>cereais, fogo.<br>A escrita suprema de imaginar por música <br>as coisas: louças, comidas, roupas.<br>Num inebriamento de beleza composta em número. <br>Deitam leite nos cântaros.<br>E inclinam a cara, vêem no precipício<br>a altura voltada daquela arte da vertigem<br>de que são o centro. Se mungem o gado, esplendem<br>de pêlo e segredo, abaladas pelo bafo<br>do fundo: uma vaca é um jarro sumptuoso<br>com o rosto delas, oculto<br>e húmido, o rosto movido a luz.<br>Uma camélia soprada.<br>E as mãos pensando sempre.<br>Quem se banha nessas ribeiras fêmeas escoando-se <br>nas imagens fica infuso, os membros <br>em raio de estrela.<br>Está molhado pelo coração dentro.<br>Quando pelas suas ciências elas param na memória. <br>Quando se abre uma ferida. Quando a ferida <br>sangra.<br>Não toques nos objectos imediatos.<br>A harmonia queima.<br>Por mais leve que seja um bule ou uma chávena, <br>são loucos todos os objectos.<br>Uma jarra com um crisântemo transparente <br>tem um tremor oculto.<br>É terrível no escuro.<br>Mesmo o seu nome, só a medo o podes dizer. <br>A boca fica em chaga.<br> </p>
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