Não achas aqui um lugar tranqüilo
Para sentarmos e contemplarmos
As brisas passarem,
Os pássaros cantarem,
O beija flor, o beija flor
E o seu insaciável amor.
Aqui não é o lugar mais certo
Para que os desacertos
Sejam corrigidos
E caia chuva, e vente os aromas.
No único lugar próprio do mundo
Para se pensar a calma,
Para se falar com alma
Pra se deixar chorar
Os olhos e o coração.
Aqui sob o alpendre natural da encosta
De um lado ramas reclinadas de flores
E de todos os rumos onde apontam
Nossos desejos, vê-se Deus, temos Deus.
Não é aqui verdadeiro, o lugar
Para eu soltar minha cabeça no teu ombro
E o teu corpo se apoiar
Enquanto a vida descansa. . .
Enquanto a tarde e seus burburinhos
Vão terminando.
Não é aqui no teu leito
Que cabe os dois mundos
O meu e o teu, e ainda cabe
O amor do tamanho que está.
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